O emplacamento é o registro de identificação veicular, e os primeiros que foram oficialmente autorizados a circular pelo Brasil foram os modelos da Peugeot, importados pelos irmãos Santos Dumont no final do século XIX.
No início do século XIX, o emplacamento começou a ser implantado no país. No começo, o emplacamento tinha como padrão adotar apenas uma letra e era A ou P, o que significava que o veículo era de aluguel ou particular, respectivamente.
Já os numerais variavam de um a cinco algarismos, não havendo um padrão, pois cada cidade aplicava a identificação que achasse adequada ao veículo, seguindo essa ordem. O interessante é que com cinco algarismos, a sequência ficava triplamente separada (P 15 335, por exemplo).
E isso continuou dessa forma de 1901 até 1941, sempre com placas pretas (daí o saudosismo maior em relação aos clássicos) com letras e números em branco.
Até então, não se podia saber a origem do emplacamento do veículo, pois cidades e estados não eram identificados nas placas. Porém, com a reforma no sistema de identificação veicular no Brasil, houve uma mudança radical.
No novo formato de 1941, saem as letras das placas e passam a ser adotados apenas números, que são separados por pontos numa ordem de unidade, dezena, dezena e dezena, totalizando sete números.
No alto da placa aparecia a cidade do emplacamento e seu respectivo estado da federação.
O interessante é que trocou-se o padrão preto com algarismos brancos pelo laranja com algarismos pretos. Nesse caso, a cor identificava os particulares. Já os de aluguel eram vermelhos com branco.
Por fim, os carros oficiais tinham placas brancas com preto para nomes e números.
O novo padrão de cores chegou até os dias atuais, mas com uma diferença importante: a cor laranja mudou para amarela em meados dos anos 60. As motos usavam placas ovais apenas com a sigla do estado, mas ostentando somente números e pontos.
Para facilitar a fiscalização, as cidades registravam o número 1 até chegar a centena e, depois do milhar, passava a ser 1.12, por exemplo, e assim sucessivamente até preencher por completo a placa.
Mas havia um limite e esse era de 10 milhões de veículos, menos um.
Para piorar, um estado poderia ter mais de uma placa igual registrada, o que tornava a fiscalização terrivelmente complicada. Fora que em outros estados, as cidades faziam a mesma coisa.
Para colocar ordem na frota nacional, o governo federal determinou a criação de um novo sistema, que viria a ser a base, atualmente vigente no Brasil.
Em 1969, retornam as letras e agora com apenas quatro números (três em caso de motos).
O novo padrão a ser adotado pelos próximos 30 anos não entrou em vigor antes de ver São Paulo criar o seu próprio. O estado assumiu a letra S como inicial e se o veículo fosse da capital, teria apenas essa letra e três números.
Nas outras regiões importantes do estado, o S era acompanhado de uma letra em específico, sendo SA para Araçatuba, SB para Bauru, SC para Campinas, SJ para São José dos Campos, SS para Santos, SR para Ribeirão Preto, SO para Sorocaba e ST para Rio Preto, por exemplo.
Deve-se lembrar que as cidades na área de influência destas adotavam o mesmo padrão, mas mantinham seus nomes estampados. O padrão não era reconhecido pelo governo federal e desapareceu quando implantou-se um novo sistema nacional, visto abaixo.
Duas letras e quatro números
Nos 30 anos seguintes após 1969, o Brasil adotou um padrão de emplacamento com duas letras e quatro números (três no caso de motos). A nova combinação podia somar pouco mais de 7,4 milhões de veículos por estado e era considerada mais segura para fiscalização e registro.
As cores e a identificação continuaram e foram acrescidas de mais diferenciações ao longo do tempo. O dono do veículo, ao mudar de cidade ou baixar o carro, ganhava uma nova placa e a antiga podia ser reaproveitada.
A gestão saiu dos municípios e foi para os estados.
Assim, as letras começaram a ser distribuídas para os Detrans locais. Apesar de não parecer, as letras não eram reservadas exclusivamente a determinado estado, variando muito. Podia-se, por exemplo, ter placas começando por MX em São Paulo ou TN em Minas Gerais.
O sistema se tornou complexo com poucos anos de utilização, pois era limitado e começou a gerar problemas de fiscalização. Por isso, em 1990 adotou-se o padrão atual, que deixou de ser usado em 2020.
Placas de carros por estado: Atualmente também por igual período de 30 anos, o sistema atual de identificação veicular no Brasil terá vigência similar ao anterior. Com três letras e quatro números, inclusive para motos, somando um total de pouco menos de 176 milhões de combinações.
Agora, quando uma placa dá baixa com o veículo, ela não retorna mais ao sistema. Para facilitar o processo, foi dado aos estados a oportunidade de adotar o novo sistema num certo período e isso começou pelo Paraná.
É por isso que o estado do sul é aquele que começa com A Mas não foi por acaso. Existe uma combinação na qual cada estado tem direito. Assim, o Paraná – por ter sido o primeiro em 1990 – vai de AAA-0001 até BEZ-9999. Então, a próxima sequência de combinação lógica passou para São Paulo, que o adotou em segundo.
Como este tem uma frota maior, a combinação dos algarismos vai de BFA-0001 até GKI-9999.
Com isso, conforme cada estado ia adotando o novo padrão, mais letras eram disponibilizadas e assim pode-se hoje ter uma visão geral de como o novo sistema foi sendo adotado pelo Brasil.
Apesar desse padrão, pode-se obter placas com sequências de letras exclusivas, tais como BMW, FOX, FIT, etc, relacionados aos nomes de marcas, modelos, proprietários ou cidades, por exemplo.
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